Comunicação e natureza...

...os simples sinais não interpretados pelo homem


BRUNA SAMPAIO
Estudante de Jornalismo




  A evolução do homem é visível. Não apenas na forma de locomoção ou alimentação, mas como hoje nos comunicamos. Se compararmos a milênios atrás, ainda quando éramos “das pedras”, a comunicação já existia. Ela estava nos desenhos das rochas, nos gestos, na caça, na sobrevivência. O homem aprendeu a comunicar-se com a natureza, para obter dela seu sustento e bem-estar. Aprendeu a respeitar ao próximo, a delimitar espaços e a respeitá-los. 
  Há milhares de anos a comunicação foi utilizada de forma salutar aos seres vivos. Naquela época, tudo que respirava, respeitava. Tudo que trocava experiência e se doava, usava a comunicação de forma benéfica para se expressar. 


John Nyberg 
  Por isso que expressão e comunicação sempre estiveram presentes em todos os momentos da existência. Da pré-história à era das mídias sociais, elas permanecem. 
  Mas a mudança é nítida. Do desenho na pedra ao papel e caneta. Do papel e caneta às teclas e telas. Das mímicas e ruídos à linguagem e idiomas. Dos pombos correios ao telefone, do telefone ao celular, do celular à internet, da internet... A evolução é clara. Ela é imensa e chega até ser assustadora. A cada segundo uma nova ideia, a cada minuto uma nova tecnologia e momentaneamente interagimos com tudo que acontece no mundo. 
  Quando antes imaginávamos que era apenas cavar um grande buraco no quintal e, depois de muito esforço, chegaríamos ao Japão, hoje, o esforço e imaginação são desnecessários, pois o Japão está no quintal de casa. O Japão e o mundo. O mundo e todas as pessoas. Comunicação, conectividade, interação e conhecimento. 


Hidden
   O buraco é história, a carta é e-mail, a foto é digital, o telefone é móvel em qualquer lugar do mundo, a comunicação é agora e a notícia de um segundo atrás é velha. A pauta tem que ser momentânea e as pessoas ficam ligadas e conectadas entre si em um ‘piscar de olhos’... E em um ‘piscar de olhos’, tudo muda novamente. 
  Informação e transformação andam juntas e vinculadas. Se há transformação, há informação e é preciso ter adaptabilidade. O homem precisa se adequar aos novos meios, precisa estar conectado com as novas informações e tecnologias. As mudanças são necessárias, importantes e até mesmo imponentes. A televisão é fina, a imagem é nítida e o cinema está em casa. 
  Mesmo com tantas mudanças necessárias, costumes, respeitos e certas ideologias não devem ser esquecidos. A natureza também mudou. Fruto de atitudes humanas, ela nos responde, muitas vezes, de forma agressiva e revoltada. A comunicação se liga à natureza de forma tão diferente ao arco e flecha, ao toque nas pedras e as danças da chuva que ela grita e pede socorro. O homem que se [auto] impõe tão importante e inteligente, não consegue mais comunicar-se com a natureza. Os limites antes estabelecidos e o respeito antes respeitado são, hoje, colocados em interrogações infinitas e em respostas apenas irreais e imaginárias. 


Etem Colak 
  Vivemos em um planeta onde somos dependentes de comunicação e informação. Onde o ontem é tarde demais, os fatos acontecem em segundos e são noticiados agora. Vivemos a notícia ao vivo, conectados e [inter] ligados. 
  Mas, entre toda tecnologia e [ins]piração que sobrevive com o homem nesses milhares de anos, ainda tentamos entender a natureza, em vão. 
  Diante de plasmas, LCDs, LEDs, Ipods, Iphones e imagens nítidas, a natureza se põe a uma dimensão que ultrapassa a terceira, tão conhecida e popular dos cinemas. Diante de fatos reais e desastres naturais que presenciamos, vivemos e acompanhamos em tempo real, a natureza se comunica, se expressa e diz qual é sua linguagem e princípios. Ela deixa clara a certeza de que, os homo sapiens, ou melhor, o homem sábio, não a entende e chega a ser minúsculo perto de suas respostas e expressões. 


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