Cobrir meio ambiente no país é um serviço prestado à humanidade
LARISSA MOLINA
Rico em biodiversidade e recursos naturais, o Brasil parece ter sido escolhido para abrigar em seu território o que outros países tanto buscam. Falar sobre meio ambiente aqui, torna-se um serviço prestado não apenas à sociedade brasileira, mas à humanidade. Em tempos que o planeta clama por mudanças de hábitos, todo jornalista, não só o ambiental, deve se preocupar com o tema.
De 10% a 20% das espécies animais estão no Brasil; além de 22% das espécies de plantas; 13% da água que cobre a superfície do planeta e dois dos maiores aqüíferos. O país tem a possibilidade de desenvolver energia renovável e não poluente, como a energia de marés, solar, eólica, de biomassa etc. Por esse motivo, o jornalista e consultor de jornalismo da TV Cultura, Washington Novaes, vê o Brasil como o “sonho do mundo e, se é assim, o jornalismo precisa colocar isso no centro da atenção das autoridades. É chamar a atenção para as possibilidades que existem. A China, por exemplo, está comprando território no mundo inteiro, inclusive no Brasil. São os países buscando território para (adquirir) aquilo que não vão ter no futuro. Enquanto isso, nós que temos, tratamos mal, com deficiência. A nossa visão precisa mudar e por isso a comunicação é tão importante para o Brasil e para o mundo”.
"Cobertura ambiental na TV é tímida, insuficiente e mal feita", diz Nascimento
Para o jornalista e autor do livro “Comunicação, Jornalismo e Meio Ambiente: Teoria e Pesquisa”, Wilson da Costa Bueno, a relação entre o poder político e veículos ou emissoras de TV, faz com que a cobertura de meio ambiente não seja suficiente.
“A cobertura mais correta, mais investigativa do jornalismo ambiental fere grandes interesses. Além disso, falta capacitação profissional e uma visão mais abrangente do que é o jornalismo ambiental”, diz Bueno.
Telejornal: tempo escasso atrapalha cobertura ambiental
Em se tratar de capacitação profissional, o jornalista da Globo News, Rui Gonçalves, afirma que a dificuldade é exatamente ter jornalistas que compreendam o que realmente é meio ambiente.
"Hoje a gente consegue fazer um trabalho em que a questão meio ambiente seja melhor explorado. Mas a grande dificuldade é, ainda, a compreensão do que é o meio ambiente para uma grande maioria, seja público ou profissional. E o jornalista tem que estar sensível ao problema para olhá-lo e torná-lo mais próximo das pessoas”, afirma Gonçalves.